segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Marilyn e Eu Parte II

Vamos à continuação da nossa post ^^


Um dia, na academia de ginástica, fui apresentando a Burt Lancaster. Ele me contou onde aconteciam as festinhas e me apresentou ao agente dele, que, por sua vez, me apresentou ao ator Howard Duff.

Howard tinha uma casa na praia mas raramente ficava lá."Use a casa sempre que quiser", ele ofereceu.

Liguei para Marilyn e combinamos de ir à praia.Fui buscá-la e tivemos um ótimo almoço.Depois ficamos na praia conversando.O sol estava se pondo e eu fiquei meio nervoso.Ela me perguntou sobre minha vida, então lhe contei mais sobre mim - que tinha sido criado em Nova York, que meu pai se esforçara muito durante a Grande Depressão, que meu irmão morrera atropelado por um caminhão, e que eu havia abandonado o colegial e me alistado na Marinha.

Por fim contei a Marilyn que um amigo me emprestara a casa.Fomos, então , para casa de Howard, um pequeno bangalô com uma lareira acolhedora.Preparamos whisky com club soda, depois ela me falou mais sobre a vida dela.Nós nos beijamos um pouco e , por volta das 23 horas eu a levei de volta ao hotel.


Eu gostava de mais de Marilyn.Adorava a companhia dela.Ela era meio esquisita, mas eu também era.Ambos agíamos como se fossemos extrovertidos, mas no fundo não nos sentíamos muito à vontade assim.Eu era inseguro, não tinha paz de espírito, e ela também não.


Naquele fim de semana perguntei ao Howard Duff se podia usar a casa dele outra vez e ele disse que sim.Comprei alguns bifes e fui buscar Marilyn.Howard tinha uma churrasqueira, então botei carvão, derramei um pouco de fluido de isqueiro e acendi.Nunca tinha feito aquilo, e fiquei perplexo porque o carvão se manteve aceso.Assei a carne, cortei uns tomates, abri uma garrafa de vinho e jantamos.


Bebemos e fomos nos sentar do lado de fora, ao luar.Eu sabia, e ela também, que ia acontecer alguma coisa naquela noite.Assim, quando fizemos amor, ela pareceu à vontade, o que me deixou a vontade também.


Alguma coisa nisso tudo me parecia bem certa.Eu ia para a cama com muitas garotas lindas naquele período da vida, porém gostava mais da Marilyn do que das outras.Ela era muito frágil e vulnerável, o que me atraía imensamente.Continuamos o namoro por algum tempo.Íamos a casa de um amiga dela, ao bangalô de Howard ou ao quarto dela no Hotel.Marilyn foi a primeira mulher de quem me senti realmente íntimo.Tínhamos sentimentos autênticos um pelo outro, embora eu não estivesse disposto a assumir uma relação séria e ela também não.Nosso relacionamento ficou em segundo plano depois da carreira.Comecei a fazer filmes, ela também, e mais tarde, quando a gente se esbarrava nas festas de Hollywood, ela me dizia naquele seu jeitinho doce: "O que aconteceu com aquele Buick conversível com transmissão Dynaflow?"


Seu afeto era óbvio, e eu sentia o mesmo por ela.Ficamos pouco tempo juntos, mas ambos achamos que aquele tempo fora especial.


Marilyn estrelou "Os homens preferem as louras", "O pecado mora ao lado" e "Nunca fui santa".Eu fiz uma série de filmes B na Universal.Em 1959 o diretor Billy Wilder me ofereceu um papel num filme sobre dois músicos que tocavam numa boate clandestina e que testemunharam um assassinato da Máfia e , para escapar, se vestiam de mulher e entravam numa boate feminina.Fiquei empolgado porque Wilder queria que eu interpretasse um dos músicos, e coestrelasse com Jack Lemmon e Marilyn Monroe.


Nessa época, Marilyn já havia criado fama de difícil.Quando começamos a filmar, ela se recusou a vestir as roupas do figurino e exigiu usar sua própria maquiagem.De vez em quando, simplesmente não aparecia para filmar.Apesar disso eu sentia afeto por ela.Recordamos os sentimentos que havíamos tido um pelo outro anos antes.

As vezes, quando eu ia para o set de filmagens,Marilyn percebia que eu estava olhando para ela - e muito acontecia entre nós naqueles momentos.Ela gostava quando a visitava no camarim.Ficávamos juntos uns 10 ou 15 minutos, até Billy chamar.Aquele tempo significava muito para mim, e parecia acalmá-la também.Sempre que eu olhava, ela estava sorrindo para mim.

Antes de filmar nossa grande cena romântica, Marilyn estava no camarim e mandou me chamar.Havia aberto uma garrafa de champanhe,Queria se descontrair um pouco antes de fazermos a cena.Tomei uma taça.Ela tomou uma segunda taça e murmurou:"Se ao menos pudesse ser como antes."

Eu sabia o que ela queria dizer, foi a primeira vez que ambos reconhecemos que o que tivéramos juntos tinha um significado para nós.Eu a beijei, ela pareceu relaxar, e saímos para filmar a cena.

Quando terminamos "Quanto mais quente melhor", fiquei impressionado, pois o filme ficou muito bom.Os diálogos, a fotografia, a personagem de Marilyn, o personagem de Jack.Era bom ver que meu trabalho tinha se destacado, mesmo com todos os atores maravilhosos daquele filme.

Depois de concluídas as filmagens, vi Marilyn numa festa na praia.Ela estava mal.Parecia muito doente.Conversamos rapidinho, mas percebi que trabalhar com ela em Quanto mais quente melhor trouxera uma sensação de conclusão dos meus sentimentos.Foi um fim natural de algo que tínhamos vivido juntos.







Cena do Filme Quanto mais quente melhor


Fim..

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